quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Conselho por dez centavos

Solidão não é tão mal assim...

Afinal, podes fazer o que quiseres.

Não há impedimentos.

Sem “se não”.

Faças isso ou aquilo outro,

Pouco importa.

Vivas ao bel prazer,

Vivas solto!

Nada a atrapalhar.

Verdade, o que ajuda também é pouco

Mas ...dá pra te fazer...

Os compromissos são teus

É teu o futuro.

Grites até ficar rouco

E amanha sinta

Quão sujo estará o som

Que ocupa esse oco...

Bem pensando, dá pra quase tudo

Faças a tua graça

Ninguém vai saber.

De fato, ficas mais nos planos...

Verdade, algumas exceções.

Uma coisa meio ensaiada...

Sei, estavas tentando...

Ninguém notou.

Além de ti, claro

O respeito há de ser soberano...

Há esperança, em fim.

Tu hás de mudar .

Verdade, tens mais que poucos anos...

Mas tu ainda consegues.

Paras de tropeçar

E trocas tua dança.

Por enquanto, aproveita

Podes tudo,

Ninguém te cansa.

Desfrute!

Olhe ao redor!

Cumprimente a todos.

Sorri, és só,

Dê-vos ao menos o que esperam de ti.

Não sejas tão chato!

A final porque queres tanto te dividir?

És um velho, antiquado.

Tuas músicas, vestes, comportamento,

Fedem a armário!

Não queres arrancar risos.

Não ao menos quando te mostrares.

Para que então?

Esconde teu siso,

Descubra teus dentes

E viva assim, tão só

Mas ao lado do resto da gente.

Desisti de ti dividir,

Deves de ser número primo.

Olhe pro lados

E adéqua teu destino!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Desprezo

Se meu violão tornasse mulher

Deus, que mulher seria!

Desenho de melhor cor

Ser pleno, imenso.

Talvez fizesse de bobo todo o meu amor

Mas não me importaria o gasto de folhas

Escreveria pra ti tudo que pudesse de belo

A contemplaria por inteiro

E, antes que me tomasse a loucura, serias o meu remédio.

Violão, cura de tantas dores,

Vire mulher e torna-te sublime.

Seja bela, firme e educada

Amável, ó, não sejas nunca amarga...

Que seus olhos reluzam, e sua mente brilhe.

Vira rainha de meus amores!

Torna-te essa mulher que me perturba

Timbre perfeito que vezes escuto,

Mas logo desvanece na demais gritaria.

Torna-te essa mulher, mais-que-mulher.

Surge, então, e toma-me!

Por favor, violão...

Desprende-te deste corpo

Larga a canção.

Torna-te minha musa

Que todo resto te faço música

Aparece minha mulher amada

Some logo meu violão!


Sinésio Terceiro