domingo, 25 de abril de 2010

Sem rascunho

Não sei mais o que vai ser

Tudo tem se desmanchado demais

E meu futuro, muito incerto,

Ainda não traz segurança.

Mais um lastro que se desfaz

Mais um impulso se cansa.

Todo esse vazio por perto

De um homem já de pouca esperança

Amargo pelo que come

Azedo pelo que quer

Ácido pelo que não tem

Pesa que não fica mais de pé

Nem metal mais contém.

Cansa ficar no silêncio

E o conforto de fazer o correto

Dói quando não há retorno por perto

E o que se quer mantém-se distante.

É difícil andar sem alento,

Conforto ou vento.

É ruim sem ver seu objetivo

E sem qualquer outro motivo

Que lhe faça andar.


Sinésio Terceiro, 25/04/2010

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Felicidade

A felicidade é um lapso na razão

Bem arrazoados quem deixam enganar-se pela felicidade

Seus braços são o único conforto nesse caminho de pedras

Bendito engodo!

Bebam, então, do entorpecente dessa bela

Abusem-na, e voltem ao jogo

O jogo podre cuja única vitória

É adiar-se a decomposição final.

E fugir-lhe para os braços

Dessa ingrata.


Sinésio Terceiro